O mercado hoteleiro português apresenta um crescimento vibrante em 2025, com o investimento a atingir 331 milhões de euros só no primeiro semestre, um avanço de 33% face ao período homólogo. Este dinamismo é impulsionado por investidores internacionais, sobretudo grupos familiares espanhóis, que reconhecem em Portugal uma combinação singular de estabilidade, potencial de valorização e atratividade turística. Esta realidade posiciona o país como um dos destinos preferenciais na Europa para investimentos no setor hoteleiro, refletindo o fortalecimento contínuo do turismo e a confiança crescente que as marcas internacionais depositam nos projetos nacionais.
As razões do destaque espanhol no investimento hoteleiro em Portugal em 2025
Em 2025, os grupos familiares espanhóis emergem como protagonistas no cenário do investimento hoteleiro português. Este fenómeno tem raízes profundas que vão além do mero interesse comercial. Espanha e Portugal partilham laços culturais e económicos que facilitam o fluxo de capitais e optimizam o conhecimento mútuo dos mercados. Para muitos investidores espanhóis, Portugal é encarado não apenas como uma extensão do seu próprio território económico, mas como um mercado estratégico para diversificação e segurança.
Um dos principais fatores que atrai os investidores espanhóis é a estabilidade do mercado português, sobretudo num período marcado por incertezas económicas a nível global e instabilidades geopolíticas. A robustez do setor turístico nacional, com crescimento sustentável no número de visitantes, reforça a perceção de segurança, imprescindível para os chamados ‘family offices’ que privilegiam investimentos de médio a longo prazo.
Além disso, a procura constante por localizações “prime” nas principais cidades como Lisboa, Porto e na região do Algarve torna Portugal um alvo apetecível para investimentos qualificados. A presença de cadeias hoteleiras reconhecidas como Vila Galé, Pestana, Tivoli, Sana Hotels, bem como a influência estratégica do Grupo Hoteleiro Accor, suscita um ambiente de negócios seguro e capaz de gerar rendimento com qualidade.
Outro argumento decisivo tem sido a aposta em propriedades premium, nomeadamente hotéis já estabelecidos ou em desenvolvimento, como o Anantara Vilamoura ou o Cascais Miragem, ambos símbolos da excelência que define o perfil do investimento espanhol no país. Estas transações demonstram o interesse em ativos que conjugam tradição e inovação, maximizando a experiência do turista e a rentabilidade para os investidores.
Para além dos grupos familiares, Portugal tem atraído também capitais individuais dos EUA e países da América Latina, interessados na resiliência do sistema turístico português e na estabilidade relativa da Europa em contraste com outras regiões de maior volatilidade. O crescimento dos turistas norte-americanos é outro motivo que estimula o investimento, dado o aumento da despesa média e da frequência de visitas, sobretudo em destinos urbanos e de lazer.

Impacto do investimento espanhol no crescimento do setor hoteleiro nacional
O entrosamento dos capitais espanhóis no desenvolvimento da hotelaria portuguesa tem um impacto profundo e multifacetado. Por um lado, permite uma injeção de recursos financeiros para a implementação de projetos que revitalizam infraestruturas existentes e estimulam a construção de novas unidades. Em 2025, cerca de 110 projetos hoteleiros estão programados para serem inaugurados até 2028, com uma maioria de hotéis de 4 e 5 estrelas, evidenciando a aposta na qualidade e exclusividade.
Lisboa, Algarve e o Norte do país são os principais polos beneficiados, graças a uma combinação de factores como turismo de negócios, cultura e lazer. Com mais de 3.300 quartos em desenvolvimento em Lisboa, o dinamismo é evidente e reforça a cidade como um dos centros turísticos e de investimento mais importantes da Europa. O Porto, por sua vez, continua a destacar-se com uma evolução urbanística e cultural notável, atraindo turistas e investidores, segundo análises recentes — uma realidade que pode ser aprofundada em artigos especializados como crescimento do turismo no Porto e evolução urbanística e cultural do Porto.
A consolidação destas áreas beneficia não só as marcas internacionais como também as redes nacionais como Altis Hotels e o histórico Hotel Avenida Palace, que refletem a excelência da hospitalidade portuguesa e atraem um perfil exigente de turistas, contribuindo ainda para diversificar a oferta. O Grupo Bensaúde tem igualmente sido um agente ativo, apostando no desenvolvimento sustentável e na integração harmoniosa das unidades hoteleiras no tecido local.
Este influxo contínuo de investimentos leva a um fortalecimento significativo do setor, criando postos de trabalho e estimulando a economia regional. Muitas destas operações estão alinhadas com estratégias de sustentabilidade e inovação, em sintonia com práticas recomendadas para um Porto sustentável e valorização da cultura local, reforçando a imagem de Portugal enquanto destino turístico responsável e de excelência.
Para o futuro, o turismo planeado e orientado para a qualidade promete ainda mais oportunidades, tanto para investidores como para comunidades locais, para quem o investimento não é um fim, mas um meio para maior prosperidade e coesão social.
Perspetivas do mercado português para o segundo semestre de 2025 e além
Com a projeção de que o investimento hoteleiro ultrapasse os 600 milhões de euros em 2025, conforme estimativas da CBRE, a segunda metade do ano aponta para uma continuidade do crescimento sólido e consistente. Este valor supera significativamente os números de 2024, refletindo a confiança dos investidores na evolução do mercado português.
A sustentabilidade do crescimento apoia-se em fatores como a elevada estada média dos turistas, a diversificação dos perfis daqueles que visitam o país, e a aposta em hotelaria premium, onde os investidores privados, especialmente os espanhóis, têm maior presença. A análise das consultoras revela ainda que 71% do investimento é oriundo de entidades internacionais, evidenciando Portugal no topo das preferências em toda a Europa para o setor.
O processo de expansão inclui projetos emblemáticos com inaugurações de dezenas de novas unidades no horizonte próximo – a Cushman & Wakefield contabiliza 30 aberturas previstas já no segundo semestre de 2025. Lisboa lidera com o maior número de quartos em desenvolvimento, seguidos pelo Algarve e região Norte. Apesar dos habituais entraves burocráticos, nomeadamente em processos de licenciamento, os cancelamentos são inexistentes, o que atesta a solidez do mercado.
Marcas como Tivoli e Vila Galé continuam a desempenhar um papel capital, investindo na renovação e ampliação das suas unidades, enquanto players globais como a TAP Air Portugal também impulsionam o setor, melhorando a conectividade aérea e facilitando o acesso aos destinos turísticos portugueses.
Para entender a complexidade deste fenómeno, vale a pena consultar artigos que abordam a gestão e financiamento, tais como gerenciar orçamento para a reforma e ajustar orçamento familiar, que ajudam a compreender a capacidade de famílias e investidores de adaptar-se a ciclos económicos e sair fortalecidos.
O papel das redes hoteleiras nacionais e internacionais no panorama português
O investimento espanhol não se limita a famílias isoladas; está integrado num ecossistema global onde redes hoteleiras de renome internacional e entidades nacionais se complementam para alavancar o crescimento sustentável. Cadeias como Pestana, uma das maiores do país, têm expandido sua presença com uma política centrada na qualidade e inovação, equiparando-se aos padrões globais. No mesmo sentido, o Grupo Hoteleiro Accor reforça a sua posição com hotéis boutique e unidades de luxo em pontos estratégicos, contribuindo para elevar o perfil do país como destino sofisticado.
Em paralelo, grupos e marcas portuguesas como o Altis Hotels mantêm firme compromisso com a modernização e detalhamento da experiência do cliente, reforçando o seu posicionamento no centro das maiores cidades e nos circuitos internacionais de turismo.
Esta rede híbrida de investimentos e operações cria sinergias fortes, melhorando a capacidade do setor para enfrentar desafios como legislação local — de que se destaca o debate e a aplicação rigorosa das leis sobre ruído em Portugal — e a crescente demanda do mercado por experiências personalizadas e serviços excepcionais.
Outro exemplo ilustrativo encontra-se nas apostas do Grupo Bensaúde, que investe não só em novas construções como também em projetos de requalificação, preservando património e acrescentando valor turístico às regiões onde atua. Esta visão é crucial para garantir que o crescimento não compromete a autenticidade e o equilíbrio ambiental.
Neste contexto, o papel da TAP Air Portugal é estratégico, garantindo a ligação aérea eficiente e fomentando a mobilidade turística, o que sustenta o aumento da procura e, consequentemente, o nível de investimento no setor hoteleiro.
Desafios e oportunidades para investidores espanhóis no ecossistema hoteleiro português
Embora a trajetória do investimento espanhol em Portugal seja marcada por êxito e robustez, existem desafios que acompanham esta dinâmica, oferecendo também oportunidades para inovação e desenvolvimento estratégico. A conjuntura internacional impõe a necessidade de estar atento às mudanças económicas e regulatórias, que podem afetar cadências e retornos.
Um dos obstáculos frequentes prende-se com os processos de licenciamento, que, embora avançando lentamente, ainda geram atrasos. Estes fatores exigem dos investidores uma capacidade de adaptação e uma visão de longo prazo, essenciais em setores tão dependentes de ciclos turísticos e de políticas públicas. Por outro lado, este ambiente reforça a seleção rigorosa dos investimentos mais resilientes e sustentáveis.
Ao mesmo tempo, a procura crescente por experiências hoteleiras diferenciadas e a valorização de destinos emergentes como Parques de Sintra promevem segmentos especiais de mercado que podem ser explorados por investidores atentos às tendências. Ações concertadas entre entidades públicas e privadas para suporte à inovação turística podem abrir portas para estratégias de valor acrescentado.
Finalmente, cabe salientar a importância do entendimento cuidadoso das necessidades e preferências dos turistas, que vão desde o segmento de luxo até ao turismo de natureza, passando pela valorização da cultura local e sustentabilidade — vertentes essenciais para fidelizar clientes e garantir a rentabilidade dos empreendimentos. este tema é também abordado em reflexões sobre o Porto enquanto destino turístico futuro.
